Histórico da DDI
A formação do acervo documental da Ufes inicia-se com a criação da Universidade do Espírito Santo (UES) em 05/05/1954 a partir da reunião, em uma única estrutura administrativa colegiada, dos institutos universitários isolados existentes no Espírito Santo, sendo eles: a Escola Politécnica (1951), a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1951), a Escola de Belas Artes (1952), a Faculdade de Odontologia (1927), a Escola de Medicina, a Escola de Química Industrial e Farmácia e a Escola de Música. Além destes institutos universitários a UES também foi constituída por institutos complementares visando "ampliação das atividades de pesquisa, ensino e influência dos institutos universitários" (Lei n. 806/1954). Eram institutos complementares: a Santa Casa de Misericórdia (1545), a Biblioteca Estadual (1855), a Escola de Educação Física (1931), o Museu Capixaba (1939), a Escola de Auxiliares de Enfermagem (1953), o Instituto de Tecnologia (1953), o Hospital das Clínicas, o Horto Florestal, todos mantidos pelo Estado e por ele subvencionados.
A UES foi federalizada em 1961, devido a graves dificuldades para se consolidar, com a estagnação de suas instâncias deliberativas, o não reconhecimento pelo Ministério da Educação e a ausência de soluções para a instalação do campus universitário. Com a federalização passou a reunir: a Escola de Educação Física, a Escola de Belas Artes, a Escola Politécnica, a Faculdade de Ciências Econômicas, a Faculdade de Direito, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Odontologia.
Passou a se chamar Universidade Federal do Espírito Santo apenas em 1965 por decisão presidencial. Em 1968 as escola e faculdades que compunham a Ufes foram extintas e transformadas em 08 Centros de Ensino, estrutura que se mantém até a atualidade. Neste ano passaram a existir: o Centro Agropecuário, no município de Alegre; o Centro de Artes; o Centro Biomédico, o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, o Centro de Educação Física e Desporto; o Centro de Estudos Gerais; o Centro Pedagógico e o Centro Tecnológico. Apesar desta nova estrutura, com exceção do Centro Agropecuário, as demais unidades acadêmicas ainda funcionavam em prédios distintos, o que mudou apenas em 1971 quando os Centros de Ensino são instalados nos campi Goiabeiras e Maruípe em Vitória. Neste mesmo ano também são criados na Ufes dois outros conselhos superiores: o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e o Conselho de Curadores.
Apesar da existência de dois novos campi da Ufes em Vitória, o acervo documental oficial da Universidade, arquivado em seu Arquivo Geral, continuou funcionando em vários prédios, sendo por fim transferido para o prédio da Escola Politécnica, onde sofreu um sinistro em fevereiro de 1999, às vésperas de sua transferência para o campus Goiabeiras, após várias solicitações da unidade competente para sua salvaguarda considerando as precárias condições estruturais do prédio da Escola Politécnica bem como fragilidade na segurança do acervo.
Não havia uma Política de Arquivos nesta época, e tampouco arquivistas na instituição, e a atividade de protocolo e arquivo era considerada apenas um serviço de nível operacional. Após o incêndio no Arquivo Geral da Ufes, perdeu-se a organicidade dos documentos restantes na Universidade, o lapso temporal prejudicado compreende os documentos produzidos até o ano de 1986 e aqueles produzidos até o ano de 1999 que porventura tenham sido juntados aqueles produzidos até 1986.
Apenas após a criação da Política de Arquivos em 2008, foi possível a contratação de arquivistas e uma mobilização para a reconstituição da memória institucional da Ufes, sendo que a maior parte da documentação histórica, encontra-se dispersa sob custódia nas unidades estratégicas da Ufes, entre elas os Centros de Ensino.
Apenas em 2014 em uma reestruturação da Universidade passa a existir na estrutura organizacional da Ufes a Coordenação do Sistema de Arquivos e o Arquivo Geral, previstos na Política de Arquivos de 2008. Em 2014 iniciam-se as ações para criação dos arquivos setoriais nas unidades estratégicas da Ufes a fim de triar e tratar tanto a documentação histórica quanto a documentação recente, estruturando-se a cadeia de custódia documental da Universidade conforme Política de Arquivos atualizada, manualização das atividades operacionais, formação das séries documentais e aplicação adequada do Plano de Classificação para correta avaliação do acervo.
Algumas unidades estratégicas desejam agregar às atividades de seus arquivos setoriais configurações de ações de Centro de Memória, por desenvolverem pesquisas institucionalizadas em suas áreas de atuação. O acervo atualmente mapeado nas unidades setoriais de arquivo e no arquivo geral compreendem os seguintes gêneros documentais: documentos textuais, bibliográficos, eletrônicos, sonoros, iconográficos, cartográficos e filmográficos. Deste acervo estima-se que torno de 50% já estejam identificados primariamente, in loco, sendo que já foram iniciados processos de organização e descrição: no Arquivo Geral, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, no Centro de Educação Física, no Centro de Artes, no Centro de Educação e no Centro de Ciências Humanas e Naturais. Nos demais Centros de Ensino foram iniciadas ações de mapeamento e diagnóstico, mas ainda não foi possível organizar o acervo em um único espaço de guarda, nem designar responsável pela execução das atividades operacionais, o que dificulta o acesso a estes documentos, mas não o inviabiliza.